quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ética e coragem de um presidente Franco

Juscelino e Itamar em Diamantina, eleições 2010.

Poucas são as palavras para expressar o sentimento de perda com a morte do presidente Itamar. Quando criança eu entendia pouco ou quase nada de política, mas gostava daquilo tudo. Os discursos e as discussões me faziam ficar de olho grudado na TV, acredito que isso já era um dos sintomas da vocação à política. No auge do processo de impeachment do Collor, mais e mais vezes se notava a presença desse senhor topetudo na mídia, seria a sua oportunidade de governar o Brasil? Sim.

O destino, desenhado por caras pintadas e tantos outros brasileiros inconformados com as trapalhadas do “caçador de marajás”, quis que essa responsabilidade fosse incumbida ao “baiano de Juiz de Fora” e assim se consolidou o momento neo-democrático que o Brasil passava por aquele momento. Seus princípios e convicções nunca se alteraram ao longo de sua vida pública, pois o prefeito, o governador, o senador e o presidente da República sempre foi sinônimo de ética, coragem e audácia. Em todo tempo, extremamente franco quanto aos seus interesses e eles não estavam acima do bem comum, pelo contrário, por isso foi tão longe.

A morte do Itamar provoca uma lacuna enorme no seio político brasileiro. Itamar foi se juntar aos grandes. Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves, Aureliano Chaves, Mário Covas e outros mais. Para a nova geração de políticos deixa um legado a ser tomado como exemplo indispensável ao exercício da política. A lição de que é possível fazê-la com honestidade e respeito aos cidadãos.